A importância de Maria na História da Salvação
(Por João Gisbert )
A História da Salvação tem como um dos pontos mais importantes o “Sim” dito por Maria de Nazaré ao Anjo Gabriel (vide Lc 1, 38), a aceitação dela fez com que Deus viesse verdadeiramente ao mundo e habitasse no meio de nós; Jesus se figura em sua totalidade como Humano e Divino concomitantemente, ou seja, 100% Homem e 100% Deus, é o Verbo, a palavra de Deus que se encarnou e habitou entre nós.
A promessa de Deus, o envio da Salvação à humanidade, só teria uma única forma de chegar ao mundo, que seria pelo ventre de uma mulher; em Isaías 7, 14, o próprio Deus nos afirma isso dizendo: “uma virgem conceberá e dará a luz um filho, e o chamará Emmanuel, ‘Deus Conosco’.” Assim como por meio de uma mulher - Eva- o pecado “entrou” no mundo, Deus separa uma mulher para que por meio dela chegue a Salvação: dá-se uma nova criação. A visitação do anjo a Maria anunciando que ela conceberia do Espírito Santo e daria à luz um filho, acrescentando que a mesma lhe daria o nome de Jesus, e esse seria chamado Filho do Altíssimo. De fato aí se confirma que por ela veio o Salvador, Maria foi separada por Deus, a escolhida e única digna de receber a graça derramada do céu direto em seu ventre; ela foi o único Sacrário vivo, o Poder do Criador fez de uma pobre serva a Bem-Aventurada, por ela a misericórdia e as graças de Deus se estendem de geração em geração, a realeza do sangue de Jesus é o mesmo que correu nas veias de sua mãe.
Ao ser visitada pelo anjo Maria disse:
“Minha alma glorifica ao Senhor,
meu Espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
porque olhou para sua pobre serva.
Por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
Manifestou o poder do seu braço:
desconcertou os corações dos soberbos.
Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrando da sua misericórdia,
conforme prometera a nossos pais,
Em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.” ( Lc 1, 46 – 55).
Esse belíssimo cântico, o Magnificat, proclamado por Maria a Deus nos faz perceber a grandiosidade do que esteva para acontecer na vida daquela simples mulher, sentir a magnitude do Poder de Deus e de seus planos para com a Salvação da Humanidade; além do mais nos toca a singeleza, pureza, amor e total entrega desta mulher, Maria de Nazaré ao obedecer e aceitar o designo de Deus não só na sua vida naquele momento, mas também na vida de todos os povos e nações, de geração em geração até o juízo final.
A Virgem tem na Bíblia um lugar um pouco discreto, porém importantíssimo, ela aí é apresentada toda em função de Cristo e não por si mesma. A mãe está presente em todos os momentos de fundamental importância na história da salvação - não somente no princípio da vida de Cristo - mas principalmente na realização do primeiro milagre de Jesus nas Bodas de Caná, ao transformar água em vinho (Jo. 2); e no nascimento da Igreja, onde Maria perseverava em oração com os apóstolos(At 1,14) - mostrando que a Mãe do Salvador congrega e intercede junto à seu Filho - porém estando sempre presente e conduzindo-nos a Jesus. Maria como mãe nos abraça e acolhe, mas o seu objetivo é direcionar-nos até Aquele que é o caminho, a verdade e a vida (Jo. 14, 6). Jesus Cristo é a Salvação, assim a sua mãe, a nossa mãe se dedica e vem mostrar a face do Senhor, apontar para o Redentor e dizer, Ele é quem tira todo o pecado do mundo por isso sempre “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5).
Jesus ao ser pregado na cruz nos entrega Maria como Mãe dizendo a ela e ao discípulo que amava em Jo. 19, 26-27:
“- Eis aí tua mãe.”
“-Mulher, eis aí o teu filho.”
Colocamos no lugar do discípulo a Igreja de Cristo, a ela Jesus, no ato da Redenção dos nossos pecados entrega e afirma, esta que é a minha mãe a partir de agora é a sua Mãe também.
Diga sim, Maria é a minha Mãe, não podemos excluir a importância dela na história da Salvação do Mundo, da nossa espiritualidade e da nossa vivência cristã, pois, onde Maria se torna ausente, também Cristo será abstraído. Em qualquer lugar onde Maria se faz presente, o seu Filho está, o que é vazio Nossa Senhora traz Jesus Cristo para preencher, “Maria roga a Cristo por ti irmão”. Peçamos sempre a Intercessão de Maria em nossas vidas para que com a sua doce ternura e amor possamos servir à Igreja e a Cristo com todo nosso coração e toda nossa alma. Assim seja. Amém